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Como é que o Oceanário aborda o Sermão de Santo António aos Peixes?
No dia 5 de Fevereiro de 2010, a turma do 2ºC da Escola Profissional Agrícola Fernando Barros Leal foi a uma visita de estudo ao Oceanário de Lisboa, no âmbito das disciplinas de Português e Ambiente e Desenvolvimento Rural. Escolheram o Oceanário por representar a parte de Biologia, sobre os animais e a parte do Sermão de Santo António aos Peixes, para Português. O tema para uma viagem ao Oceanário é dado pelo Sermão de Santo António aos Peixes: há peixes que merecem elogios, mas há outros que não escapam a uma reprimenda. Uma interpretação diferente desta obra, tão importante da nossa literatura. O Oceanário de Lisboa e a sua exposição permanente reinventam este texto revelando algumas das maravilhas dos oceanos. Neste contexto, divulga o atelier "Sermão de Santo António aos Peixes". Este atelier traça um paralelo entre a riqueza literária do texto e o conhecimento científico sobre algumas espécies marinhas, presentes no Oceanário de Lisboa. Esta invulgar e única viagem ao Oceanário é guiada pela obra deste jesuíta, que marcou a nossa história, pelo seu percurso inigualável.
Com uma construção literária e argumentativa notável, o sermão pretende louvar algumas virtudes humanas e, principalmente, censurar com severidade os vícios dos colonos. Todo o sermão é uma alegoria, porque os peixes são a personificação dos homens. Santo António escolheu simplesmente os peixes pois eles “ouvem e não falam”. As virtudes dos peixes são, em geral, bons ouvintes e obedientes. Em particular, o peixe de Tobias cura a cegueira e expulsa os demónios, a rémora é um peixe pequeno mas tem muita força e serve de guia às pessoas, o Torpedo que faz descargas eléctricas para se defender e representa a vingança, o peixe Quatro-olhos representa a capacidade de distinguir o bem do mal. Os defeitos dos peixes, no geral, são que eles comem-se uns aos outros. Em particular os roncadores representam a arrogância, os pegadores a dependência e o oportunismo, os voadores a ambição e o polvo a hipocrisia e a traição. O Oceanário quis juntar o útil ao agradável, como se costuma dizer, e ao mostrar algumas espécies de peixes que são faladas no sermão, como por exemplo, o polvo, e ao mesmo tempo transmitir que tal como os homens, os peixes podem ser bons ou maus, verdadeiros ou falsos, tudo depende de cada um.
Texto elaborado pela aluna Joana Carapeta – 2ºC
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